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Este blog foi desenvolvido com o objetivo de ser o trabalho final da disciplina "Administração Financeira e Orçamentária Pública", do curso de Administração Pública da Unesp, campus de Araraquara, lecionada pelo Profº Drº Valdemir Pires.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Orçamento de 2014 depende de aumento na arrecadação de IPTU


Com a folha de pagamento inchada e antigas dívidas não equacionadas, como a da Companhia de Habitação Popular de Bauru (Cohab) – que pesará em R$ 7,5 milhões no ano que vem -, a administração pretende aumentar em 22,81% a arrecadação com Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e 19,74% com Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN).

Neste último caso, o secretário municipal de Finanças, Marcos Garcia, acredita que a elevação vá ocorrer tão somente em razão da implantação da Nota Fiscal Eletrônica, no segundo semestre deste ano. O mecanismo dificulta a sonegação do tributo por parte das empresas bauruenses contribuintes. Ainda assim, trata-se de uma previsão otimista.

As expectativas em torno do IPTU, no entanto, vão afetar o bolso de pelo menos parte dos munícipes. A prefeitura possui três estratégias para obter o expressivo aumento na arrecadação, sendo que, para viabilizar duas delas, depende de autorização da Câmara Municipal, o que vai gerar, no mínimo, inflamados debates.

Para o início de setembro, Garcia promete o envio de projeto que propõe a revisão da planta genérica do município e a progressividade na cobrança do IPTU.

O primeiro alicerce visa corrigir os valores venais dos imóveis, defasados desde 2005. Em algumas regiões da cidade, esse valor deve disparar em função da supervalorização imobiliária registrada nos últimos anos. É justamente o valor venal que a prefeitura utiliza como base para calcular o imposto cobrado do munícipe.

Além disso, a prefeitura quer aplicar a progressividade no IPTU, com alíquotas diferenciadas de acordo com o valor do imóvel. Sobre bens avaliados em até R$ 150 mil, deve incidir apenas a taxa da inflação anual, algo que, atualmente, já acontece para todos.

No entanto, o impacto será diferente – e maior - para proprietários de imóveis que valham entre R$ 150 mil e R$ 300 mil, R$ 300 mil e R$ 450 mil, e mais de R$ 450 mil.

Proposta semelhante já foi apresentada pelo prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) em 2011, mas não conseguiu ser aprovada pela Câmara Municipal. Havia, no entanto, algumas diferenças. A principal delas é que, na ocasião – um ano antes da eleição e com a situação financeira mais confortável -, proprietários de imóveis da primeira faixa de valor teriam “aumento zero”.

A terceira estratégia para viabilizar o aumento de arrecadação com IPTU é a aerofotogrametria contratada pela prefeitura. Por meio dela, o município constatará ampliações e novas construções não registradas em seu cadastro, que passarão a ser alvo da cobrança de impostos.

Em números

Caso a Prefeitura de Bauru viabilize politicamente suas estratégias, a arrecadação com IPTU deve subir de R$ 57 milhões para R$ 70 milhões, se comparados os exercícios orçamentários de 2013 e 2014. Já para o ISSQN, o salto deve ser de R$ 76 para R$ 91 milhões.

A previsão de aumento de receita para outros tributos, porém, é mais modesta. Com o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (IBTI), a prefeitura deve arrecadar R$ 21 milhões em 2014, ante R$ 19,6 milhões deste ano. A variação é de 7,14%.

Quanto ao repasse de tributos estaduais, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deve gerar R$ 175 milhões para o município em 2014, 7,36% a mais do que neste ano.

O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) renderá R$ 68 milhões, com variação de 7,94% em relação ao exercício atual.

Os repasses do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) serão de R$ 76 milhões, 5,56% a mais.

Já o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), liberado pelo governo federal, será de R$ 55 milhões em 2014, com aumento de 5,77%.


Hospital municipal

Diante da deficiência no número de leitos hospitalares ofertados pelos hospitais de responsabilidade do governo do Estado, a Prefeitura de Bauru incluiu no Plano Plurianual (PPA 2014-2017) a construção de um hospital geral municipal, com 120 leitos.

Em audiência pública realizada ontem, porém, o secretário municipal de Saúde, Fernando Monti, explicou que a administração não possui recursos para executar a obra. “Vai acontecer se conseguirmos verbas externas, via Ministério da Saúde ou, até mesmo, Bndes [Banco Nacional do Desenvolvimento], que está começando a financiar projetos de caráter social”.

O PPA foi entregue hoje, na data-limite, à Câmara Municipal pelo prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) e o secretário municipal de Finanças, Marcos Garcia. Durante a tarde de sexta-feira, titulares de algumas pastas da prefeitura e de órgão da administração indireta expuseram seus principais projetos.

O projeto será discutido e votado pelos vereadores e inclui demandas prioritárias discutidas junto à população para os próximos quatro anos. O documento apresenta, inclusive, valores de investimentos e a previsão para pagamento das dívidas de longo prazo.

De forma sintética, o plano prevê para 2014 um orçamento de R$ 826.576.062,00 para a Prefeitura, incluindo a Câmara Municipal, e um total de R$ 1.151.494.023,00 incluindo a administração indireta. Para os demais exercícios (2015, 2016 e 2017), a previsão é de aumento médio na receita de 7% ao ano.


Orçamento em 2013
Orçamento 2014

Prefeitura
R$ 579 mi
R$ 826 mi
(+ 42,75%)
Funprev
R$ 138,4 mi
R$ 164,4 mi
(+ 18,8%)
Emdurb
R$   41,6 mi
R$ 50,4 mi
(+ 21,11%)
DAE
R$ 103,2 mi
R$ 109,9 mi
(+ 6,5%)
Total
R$ 862,4 mi
R$ 1,1 bi
(+ 34,9%)


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